Relacionamento Médico X Paciente
Em anos trabalhando na área de direito à saúde, pude constatar que um dos problemas apontados pelos consulentes atendidos foi a grande dificuldade na relação Médico X Paciente, ainda mais quando se trata de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um sistema frágil e extremamente burocrático.
Há uma grande preocupação em relação a este tema, uma vez que o médico que assiste ao paciente em sua enfermidade deve ultrapassar os limites científicos e adentrar-se em todo o campo concernente à reabilitação de seu paciente, inclusive na reabilitação sócio-econômica.
Como orientadora e consultora na área, o primeiro conselho ao paciente, para que mantenha um bom relacionamento com seu médico é: (i) Organize-se (a organização é fator primordial para que bons resultados sejam obtidos. Relacione em uma pasta específica documentos que o ajudarão a construir um verdadeiro arsenal pronto para te auxiliar). P. ex.: RG, CPF, Exames, laudos médicos, prontuários etc.
Conselho número (ii) Converse abertamente com o seu médico. Não importa em qual via você se trata, seja de forma particular, pelo seu convênio médico ou pelo SUS, seu médico tem um compromisso ético em lhe escutar e lhe prescrever o melhor tratamento para a recuperação de sua saúde.
Ao médico, o conselho segue em ordem invertida. Escute seu paciente!
Via de regra, os benefícios legais concedidos a certos grupos de pacientes são obtidos através da apresentação de laudo ou relatório médico contendo a descrição e CID da doença, a fase e prognóstico, as limitações físicas que a doença causa no paciente, o prazo de validade do laudo para doenças passíveis de controle, a data, a assinatura do médico e carimbo contendo seu CRM.
Sendo assim, o conselho número (iii) é que o paciente mantenha laudos médicos atualizados frente à decisão de recorrer a algum benefício específico.
Muitos pacientes encontram dificuldades em conseguir laudos médicos para a obtenção de benefícios. Isto se dá pelo receio que determinados médicos têm em que o paciente acione a Justiça para conseguir, por exemplo, um tratamento mais eficaz. Há outros casos em que o médico simplesmente não emite o laudo, por falta de informação. Neste contexto a orientação é que o paciente converse com seu médico sobre a importância deste laudo para o benefício específico que pretende pleitear, e no caso de recusa há a possibilidade de reclamação diretamente ao Conselho Regional ou Federal de Saúde, solicitando providências em relação ao caso.
A missão deste artigo é conscientizar médicos e pacientes sobre a extrema importância de um relacionamento saudável, buscando-se entre tais a tomada de todas as providências a fim de se tornar este período tão árduo, um período de luta, conquistas, vitórias e engajamento para o sucesso do tratamento, encerrando-se com a reabilitação física, financeira e sócio econômico do paciente.